“Branding para empresas que vão escalar” é uma frase muito usada por nós, da Brand Gym. Respiramos o mercado empreendedor de startups e Venture Capital para entender como podemos melhor aplicar Branding no segmento. Mas não conseguimos negar nossas raízes de grandes empresas tradicionais e, assim, entender um pouco mais sobre suas iniciativas, como se mantêm relevantes e como dialogam com o mercado de startups.
Todas essas iniciativas e esforços das empresas em fomentar inovação e empreendedorismo são chamadas de Corporate Venture — sejam iniciativas internas ou externas.
Corporate Venture Interno é o famoso intraempreendedorismo — uma ideia nascida de dentro da empresa e desenvolvida por ela mesma usando recursos internos, com o objetivo de incrementar o modelo atual de negócio.
Em seguida, temos o Corporate Venture Externo, quando as empresas buscam soluções em inovação aberta e diálogos cada vez mais próximos com startups e scale-ups (há pouco tempo vistas como ameaças), para construir alianças e criar oportunidades de investimento com o objetivo de otimizar esforços e resultados para maior percepção de valor.
O Corporate Venture Externo significa desde a realização de um hackathon, passando por programas de aceleração e incubação com mentorias, até a aquisição de uma startup — o que chamamos de Corporate Venture Capital (CVC).
O Corporate Venture Capital, que muito nos interessa, é, hoje, uma opção de investimento interessante para startups. Entendemos que, nesse caso, as empresas investidoras não estão interessadas apenas no retorno financeiro, mas também nas soluções desenvolvidas para poderem fazer uso delas.
O CVC garante à startup uma grande marca como aliada, que credibiliza seu negócio e, em conjunto, oferece mentoria altamente especializada e possibilidade de utilizar sua operação para otimizar gastos.
O retorno para a grande empresa investidora é a possibilidade de executar e incorporar algo inovador ao seu negócio, que provavelmente nunca seria possível sozinha. Dependendo da startup investida, o venture capital pode garantir à marca investidora um novo produto, modelos de otimização de processos internos, uma nova tecnologia a ser implementada, além, é claro, de um potencial retorno financeiro, dentre outros ganhos.
Falamos muito sobre parcerias estratégicas e branding. As marcas com quem seu negócio se relaciona muda a maneira como ele é percebido. Por isso, a escolha de quem se aliar deve ser feita com cautela e entender quais atributos você quer incorporar da marca com quem está se relacionando e quais pontos da sua própria marca podem ser úteis para ela — e, assim, ambas se fortalecerem.
Para startups e empresas serem parceiras, é preciso haver essa troca. A startup contribui com o lado inovador, moderno e tecnológico da empresa tradicional, que demonstra estar se adaptando às novas demandas de mercado. Para a startup, a empresa traz credibilidade, confiança e chancela de qualidade. Uma se beneficia dos atributos da outra, alavancando a percepção de valor de ambas.
Quando a SulAmérica Seguros utiliza o conceito de CVC para investir e adquirir minoritariamente a Docway, startup de telemedicina, quer mostrar aos seus clientes e beneficiários como ela rapidamente se adaptou às demandas para oferecer esse novo modelo de atendimento, colocando-se como uma empresa moderna e altamente adaptável ao que há de mais novo na tecnologia. Já a Docway se credencia como uma startup forte e de credibilidade, com soluções avançadas, já que está sendo vinculada a uma das maiores seguradoras do país — uma forma de tomar a frente do mercado em que atua.
Parcerias são sempre estratégicas e atreladas ao seu Branding. Entenda sempre o seu propósito por trás dessa união e como ambas as partes podem se auxiliar.
Escrito por Patricia Perrone